
O professor Fernando Costa é natural da Granja do Ulmeiro, Concelho de Soure, sendo docente de Educação Física desde 1989, na Escola Secundária D. Duarte / Coimbra, onde criou o Núcleo de Badminton, a funcionar desde 2001. Foi o Coordenador de Badminton, da Coordenação Educativa de Coimbra, entre 2003 / 04 e 2006 / 07 e foi desde o início do presente ano lectivo o impulsionador para ser constituída a Associação Desportiva Escolar de Badminton de Coimbra
- O Badminton Escolar em Coimbra nos dois últimos anos alcançou outra qualidade. A que se deve essa situação?
O Badminton escolar em Coimbra tem beneficiado nos últimos cinco anos da manutenção de boa parte dos professores responsáveis pelos núcleos Das catorze escolas envolvidas no programa do Desporto Escolar2007 / 09 metade mantêm projectos com alguns anos o que se tem revelado fundamental. Há sete anos atrás apenas tínhamos duas escolas envolvidas…Foi uma evolução notável.
- O seu interesse e dinamismo levou-o a criar o site http://badmintondduarte.planetaclix.pt Tem tido algum retorno, para a modalidade, nomeadamente junto dos professores responsáveis por Núcleos de Badminton?
Este site tem sido muito importante para dinamizar o Badminton junto de professores de Educação Física e não só dos que trabalham em proximidade com os nossos torneios. É com satisfação que já recebi comentários elogiosos de colegas que nem sequer conheço, ou outros inesperados como o de uma estudante de um curso de Educação Física do Brasil que enaltecia alguns documentos de apoio que a ajudaram na realização de um trabalho académico. A propósito posso dizer que vários treinadores de Badminton têm colaborado no enriquecimento do nosso site. Hoje vou tendo menos tempo para proceder à sua actualização pois como professor cada vez tenho que passar mais tempo na escola…
- Que parcerias deveriam ser efectuadas entre as Coordenações Educativas / DE e a FPB para que a modalidade aumentasse substancialmente o número de praticantes?
O caminho iniciado pelos Torneios de Divulgação da FPB deverá ser reforçado pois tem sido importante para o desenvolvimento da modalidade. Não sei se as várias coordenações educativas têm mostrado envolvimento neste projecto. É uma questão de se verificar que grau de participação estão a ter os núcleos das escolas nestes eventos e se a informação chegou às escolas ou por escrito, ou pelos sites…
- Tem sido visível que o Badminton Escolar, apesar de existirem no país, muitos Núcleos tem vindo a perder qualidade. A que atribui essa situação?
Preferia ter menos Núcleos mas que funcionassem a sério. Vários factores poderão ser apontados para uma qualidade deficiente de alguns núcleos, desde a motivação dos professores aos horários sobrecarregados dos alunos, à pressão dos resultados académicos sobretudo no ensino secundário. Mas seria bom que, por princípio, só houvesse um Núcleo com um responsável motivado. Com a actual crispação nas escolas receio que a situação se agrave.
- E qual a sua proposta para melhorar essa imagem?
As Coordenações Educativas têm que premiar os Núcleos que funcionam bem e punir aqueles que dão uma má imagem do Desporto Escolar. Por exemplo, os responsáveis dos Núcleos da nossa Associação Desportiva Escolar Badminton Coimbra já participaram em cinco torneios aos sábados das 9.00 às 17.00 horas (três do quadro competitivo escolar e dois Torneios de Divulgação da FPB), logo será justo premiar esta dedicação com mais crédito horário e mais apoio material para estas escolas.
Eu tenho a sorte de trabalhar com três colegas fantásticos e quero nomeá-los: Ana Paula, Teresa Silvano e Nuno Lima.
- O intercâmbio com os espanhóis que se verificou nos anos 90 com jovens escolares deixou de se efectuar. Haveria alguma vantagem em ser retomado?
Esta actividade foi uma experiência enriquecedora para todos os intervenientes e poderia ser um prémio para os alunos mais dedicados de cada coordenação educativa.
- A criação da ADEBC, constituída por quatro escolas poderá no futuro conseguir algumas condições, para melhorar o badminton em Coimbra?
A criação da nossa Associação Desportiva Escolar pretende melhorar cada vez mais o nível da modalidade propondo aos nossos alunos novos desafios, nomeadamente: realização de quadros competitivos mais motivantes e estágios de aperfeiçoamento em intercâmbio com o sistema federado. Precisamos é de uma discriminação positiva na distribuição de verbas por parte da Coordenação Educativa e neste momento onde estão as verbas? Será que o nosso empenho e dedicação têm visibilidade por quem de direito?
- Qual o trabalho realizado até agora pela ADBEC?
A principal prende-se com a organização autónoma do nosso quadro competitivo no seio do Desporto Escolar com a participação de 82 alunos. Com efeito já organizámos os três torneios previstos (15 de Dezembro, 19 de Janeiro e 1 de Março) que apuram para a Final Distrital, a 5 de Abril. Participámos em dois Torneios de Divulgação da FPB (24 Novembro e 16 de Fevereiro)
- E ainda este ano lectivo o que pretendem levar a efeito?
A próxima actividade (que a escassez de verbas esteve quase a inviabilizar!), consiste na visita aos Internacionais de Portugal, em Caldas da Rainha, no dia 15 de Março. Quanto ao quadro competitivo, ainda teremos a possibilidade de levar diversos alunos à Fase Regional do Desporto Escolar (18, 19 e 20 de Abril), o Torneio de Encerramento a 17 de Maio e o Torneio de Divulgação de 14 de Junho em Coimbra. Se ainda conseguirmos apurar alguns alunos para a Fase Nacional já estaremos a contabilizar dez torneios.
- Os Torneios Divulgação, que a FPB pôs a funcionar em parceria com o Desporto Escolar têm tido resultados?
Penso que se trata de uma iniciativa meritória e motivante para os atletas que para além da experiência propriamente dita tem o estímulo dos prémios (T-shirts) o que é uma mais valia.
- Coimbra já levou a efeito dois torneios e o próximo será em Aveiro, que possivelmente terá bastantes participantes. As escolas da ADBEC também estarão representadas com muitos praticantes?
Se nos deixarem (esperamos verba do Desporto Escolar) marcaremos presença com uma previsão de 20 alunos.
- Com apenas duas sessões semanais, uma de 45’ e outra de 90’ não será possível transmitir ao jogador escolar as mais diversas técnicas de batimentos.
Não seria bem mais produtivo, apenas uma sessão de treino semanal de 2 h e 15’?
Vou responder de acordo com a realidade da minha escola. Eu tenho 3 sessões de 90 minutos e apenas quatro atletas cumprem habitualmente esse conjunto de treinos. A nossa escola tem apenas alunos do ensino secundário (10º, 11º e 12º anos) e o Desporto Escolar para eles é importante mas interfere com os resultados escolares e com outras actividades fora da escola. Assim, os alunos participam de acordo com as suas possibilidades, uma ou duas vezes por semana. Temos que nos adaptar …
- Sendo o Badminton uma modalidade sem visibilidade e protagonismo em Portugal, como se explica a fácil introdução junto da comunidade escolar?
O Badminton está a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física nas nossas escolas pois tem uma dinâmica própria que torna sua introdução muito motivante para os nossos alunos. Inicialmente esta modalidade é bem mais acessível que o Ténis por exemplo.
- O intercâmbio de jogadores federados com os escolares e de professores com treinadores de clubes, o que tem vindo a acontecer sob a sua responsabilidade, poderia ser um exemplo a seguir. Qual a sua opinião?
Eu sou professor de Educação Física e apenas pretendo trabalhar no Badminton a nível do Desporto Escolar. Tento aprender com outros colegas e técnicos da modalidade. Felizmente posso assistir aos treinos da Associação Académica de Coimbra, quando acompanho a minha filha aos treinos, e vou aprendendo com o Nuno Santos, o Délio Gonçalves, o Diogo Silva, que são pessoas de grande dedicação ao Badminton. Por vezes recebemos na nossa escola o técnico Délio Gonçalves e a atleta Mariana Gonçalves que conseguem transmitir alguns aspectos técnicos que contribuem para a formação dos nossos alunos.
- Observa-se que na escola os jovens aderem ao Badminton, com facilidade, mas notando-se enorme carência de formação dos professores responsáveis pelos Núcleos.
O que poderia ser feito para ultrapassar esta situação?
Temos que fazer formação e no caso desta região temos que aproveitar a formação que é promovida. Há cerca de 15 anos tivemos um grande momento de formação com o grande professor Jorge Santos. Após um longo interregno tem tido uma excelente oferta seja no âmbito do trabalho de alguns Núcleos de Estágio da FCDEF-UC (lembro por exemplo um acção orientada pelos professores Ângelo Santos e Nuno Santos) e de outras no âmbito da APPEFIS (com os professores Ângelo Santos e Luís Maia Mendes).
A propósito está prevista uma acção de formação com Luís Maia Mendes, na Escola Secundária Joaquim de Carvalho – Figueira da Foz, nos dias 19 e 20 de Abril.
Sem comentários:
Enviar um comentário