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26 agosto, 2008



Continuamos a apresentar o estudo científico elaborado, pelo professor Ricardo Fernandes, que contém 150 páginas, distribuídas por VI Capítulos e denominado de “A Dinâmica Decisional no Badminton / O Acoplamento Serviço – Recepção nos Atletas de Singulares Homens de Elite Mundial”, a publicar, pelo “O Badmintonista” às quartas-feiras.
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CAPÍTULO II - REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Caracterização do Badminton
O Badminton é uma modalidade que pode ser praticada individualmente (Singulares) ou em equipa (pares senhoras, homens e mistos).
Segundo Almada (1992) este desporto de raquetes é classificado como uma modalidade de confrontação directa, onde enfrentam-se indivíduos (singulares) ou equipas de 2 jogadores (pares).
Normalmente, esta modalidade privilegia o “diálogo” com o opositor, por meio de um objecto (rede) interposto sensivelmente no meio do campo separando-o em duas partes iguais. Para Cabello (2002) o Badminton é um tipo de desporto complexo e muito dinâmico, provavelmente o desporto de raquetes mais rápido na face da terra, onde o objecto do jogo “volante” pode alcançar uma velocidade de 360km/h. Esta modalidade solicita várias fontes energéticas, alternando jogadas curtas com jogadas longas, nas quais se executam batimentos com muita força e outros com pouca força, sendo, um jogo extremamente rápido e muito desgastaste fisicamente (Cabello, 2002).
Subramaniam (2006) caracteriza o Badminton como uma modalidade de incerteza constante, onde as decisões durante competição são inúmeras e têm de ser tomadas num intervalo de tempo muito reduzido e de forma eficaz, com o objectivo de o atleta atingir o sucesso desportivo.
Neste desporto, é de destacar a estrutura temporal devido a sucessão de intervalos de acção e pausa contínuas, que determinam um número elevado de jogadas e acções de jogo representativas da carga competitiva ao nível quantitativo e qualitativo.
No Badminton a existência de acções altamente explosivas que se desenvolvem através de gestos técnicos de grande velocidade por um terreno de jogo com 80 m2, podem servir como referência da grande exigência física de cada jogo, ou seja, é considerado uma espécie de desporto de solicitação mista em termos de fontes solicitadas, uma vez que utiliza simultaneamente a capacidade Aeróbia e Anaeróbia. Portanto, o Badminton é um jogo em que temos de salientar a multiplicidade de acções, no qual os atletas tentam criar situações de pressão num curto espaço de tempo ao adversário, (Cabello, 2002).
No Badminton existe uma relação directa com o adversário, onde as acções tácticas dos jogadores são determinantes, uma vez que essas acções não dependem apenas do próprio jogador, mas também, da resposta do adversário, capacidade de leitura das situações e decisão imediata dos dois jogadores em confronto.
Neste desporto de raquete os jogadores são obrigados a agir num período de tempo muito reduzido, realizando, saltos, travagens e mudanças brusca de direcção, com deslocações constantes à rede e ao fundo do campo de ambos os lados. Os batimentos podem ser executados acima da cabeça, ao lado do corpo e abaixo da cintura, à esquerda e à direita, para dentro do campo do adversário e fora do alcance do mesmo.
Um dos factores que mais caracteriza o Badminton é de facto a constante realização de esforços intervalados de moderada e alta intensidade, provocados por acções repetidas de curta duração, mas de grande intensidade, onde os jogadores têm de tomar decisões num curtíssimo período de tempo (Cabello et al, 2003), como ocorre com outros desportos de semelhantes características, tais como o Squash, Ténis e Voleibol (Sanchis, 1998; Crespo,1993; Ureña, 1999)
Alguns estudos realizados sobre o Badminton reflectem que os valores médios de jogadas (intervalos de acção) estimados em 5 segundos de duração são seguidos por períodos de recuperação de 5 a 10 segundos (Coad, 1979; Docherty, 1982 in Hughes, 1994). No entanto, em estudos realizados por Cabello et al. (1999) com três jogadores de elite espanhóis, concluíram que os intervalos de acção (tempo de actuação) estiveram próximos dos 8 segundos e com uma relação dupla nos tempos de pausa, que foi replicada com os dados obtidos numa amostra maior (n=8) em jogadores espanhóis de nível médio-alto, resultando numa média de 3.6 segundos de tempo de actuação e 9.8 segundos de tempo de pausa (Cabello et al. 1997). A percentagem das jogadas que se realizam de um para outro intervalo de tempo, é um factor a considerar em relação à determinação da estrutura temporal e a sua aplicação no treino (Cabello et al, 2000). As
jogadas de maior frequência ao longo de um jogo, são as que têm um tempo de actuação entre mais de 3 e 6 segundos que juntamente com as jogadas de entre 0 e 5 segundos e 6 e 9 segundos, somam mais de 80% do total das jogadas, verificando-se consequentemente um decréscimo progressivo, em relação à frequência que acontecem, conforme aumenta o tempo de actuação da jogada.
Segundo Heising (2006) os jogadores de Badminton necessitam de serem dinâmicos e produtivos, porque têm agir e tomar decisões a cada instante do jogo, reconhecer os padrões de jogo utilizados pelos adversários e eleger as opções mais eficazes durante o jogo para obterem o sucesso. Ainda o mesmo autor, refere que os jogadores mais dinâmicos e produtivos normalmente são práticos, conseguem resolver problemas e realizar pequenas mudanças criativas no jogo de várias formas com relativa facilidade.
Na próxima 4ª feira, dia 03 de Setembro será publicado o texto referente ao ponto 2.2 do Capítulo II – Classificação do Badminton Como Jogo Desportivo

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