
Continuamos a apresentar o estudo científico elaborado, pelo professor Ricardo Fernandes, que contém 150 páginas, distribuídas por VI Capítulos e denominado de “A Dinâmica Decisional no Badminton / O Acoplamento Serviço – Recepção nos Atletas de Singulares Homens de Elite Mundial”, a publicar, pelo “O Badmintonista” às quartas-feiras.
Capítulo II – Revisão da Literatura
3.6. Integração dos Conceitos da Psicologia Ecológica com os Sistemas Dinâmicos
3.6.1. Os Constrangimentos
Karl Newell (1986) designou os constrangimentos são factores que permitem restringir ou constranger a dinâmica da resposta. Neste seu modelo, estruturou em três categorias os constrangimentos que determinam as acções e que interagem para a produção de um padrão de coordenação. Percebidos os constrangimentos como factores que limitam a forma como um sistema biológico procura estados funcionais de organização. Assim sendo, foram então definidas as categorias de constrangimentos que interagem para a emergência; (1) referem-se às características de cada sujeito, o peso, a altura, as qualidades físicas como a força, a resistência, a velocidade, qualidades psicológicas como as emoções, os pensamentos, ou a confiança, aspectos específicos do jogador, tais como a habilidade individual, o estado e a fadiga, as características psicológica dominantes ou estados psicológicos momentâneos; (2) os constrangimentos da tarefa, são os mais específicos, onde se incluem os objectivos individuais, as regras especificadoras ou constrangedoras da dinâmica de acção do jogo, a estratégia, a táctica, os limites do campo e instrumentos específicos de cada modalidade, como sejam, a rede, uma raqueta ou a forma do volante e as condições de realização; (3) os constrangimentos de envolvimento, referem-se às condições do ambiente que rodeia o sujeito, são externos ao sujeito e à tarefa, mas influenciam o seu desempenho, tais como as condições do piso, o vento, a chuva, frio, calor, luz, ruído, força da gravidade, meio social (expectativas dos média, as pressões sociais, o público, etc.).
Araújo (2006) enfatizou que as competências dos jogadores reportam-se a grandes categorias de problemas, atravessando diferentes níveis de organização, em resposta aos sinais do envolvimento. Mais do que trazer toda a informação da competição para “dentro da sua cabeça”, o atleta tem de detectar e usar a informação que está na competição e que está sempre a evoluir, (Mace, 1977; Buekers, Montagne & Laurant, 1999). Sendo esta interacção praticante competição que permite resolver os problemas. Onde as situações não podem ser previamente resolvidas na “cabeça” do praticante, nem são resolvidas exclusivamente por este (Araújo, 2006).
Por outro lado, Davids (2005) afirma que a manipulação das categorias de constrangimentos tem grande impacto em vários aspectos do desempenho e rendimento desportivo, sendo através da manipulação que se conduz o sistema para estados óptimos de funcionamento. Já Araújo (2006), referia que as acções e as decisões são constrangidas, mas, não determinadas, pelos processos cognitivos, porque, constranger as acções ou influenciar, não é o mesmo que as determinar, ou causar. Assim sendo, constranger as acções indica que há um espaço de acção, dentro do qual, todas as soluções são possíveis, mas não são possíveis soluções que surjam fora desse espaço de acção. Corroborando com esta afirmação Júlio e Araújo (2005), afirmam que torna-se necessário identificar e manipular os constrangimentos mais relevantes para as acções e decisões tenham maior eficácia. De acordo com os autores (Kugler, Kelso e Turvey, 1982; Newell, 1986; 1996), referidos por Araújo (2006), argumentaram de forma convivente o papel dos constrangimentos enquanto modeladores do comportamento motor, uma vez que a estabilidade dos padrões de coordenação pode ser alterado por estes. A intenção dos indivíduos orienta-os “apenas” para interagirem neste contexto visando determinados objectivos.
Capítulo II – Revisão da Literatura
3.6. Integração dos Conceitos da Psicologia Ecológica com os Sistemas Dinâmicos
3.6.1. Os Constrangimentos
Karl Newell (1986) designou os constrangimentos são factores que permitem restringir ou constranger a dinâmica da resposta. Neste seu modelo, estruturou em três categorias os constrangimentos que determinam as acções e que interagem para a produção de um padrão de coordenação. Percebidos os constrangimentos como factores que limitam a forma como um sistema biológico procura estados funcionais de organização. Assim sendo, foram então definidas as categorias de constrangimentos que interagem para a emergência; (1) referem-se às características de cada sujeito, o peso, a altura, as qualidades físicas como a força, a resistência, a velocidade, qualidades psicológicas como as emoções, os pensamentos, ou a confiança, aspectos específicos do jogador, tais como a habilidade individual, o estado e a fadiga, as características psicológica dominantes ou estados psicológicos momentâneos; (2) os constrangimentos da tarefa, são os mais específicos, onde se incluem os objectivos individuais, as regras especificadoras ou constrangedoras da dinâmica de acção do jogo, a estratégia, a táctica, os limites do campo e instrumentos específicos de cada modalidade, como sejam, a rede, uma raqueta ou a forma do volante e as condições de realização; (3) os constrangimentos de envolvimento, referem-se às condições do ambiente que rodeia o sujeito, são externos ao sujeito e à tarefa, mas influenciam o seu desempenho, tais como as condições do piso, o vento, a chuva, frio, calor, luz, ruído, força da gravidade, meio social (expectativas dos média, as pressões sociais, o público, etc.).
Araújo (2006) enfatizou que as competências dos jogadores reportam-se a grandes categorias de problemas, atravessando diferentes níveis de organização, em resposta aos sinais do envolvimento. Mais do que trazer toda a informação da competição para “dentro da sua cabeça”, o atleta tem de detectar e usar a informação que está na competição e que está sempre a evoluir, (Mace, 1977; Buekers, Montagne & Laurant, 1999). Sendo esta interacção praticante competição que permite resolver os problemas. Onde as situações não podem ser previamente resolvidas na “cabeça” do praticante, nem são resolvidas exclusivamente por este (Araújo, 2006).
Por outro lado, Davids (2005) afirma que a manipulação das categorias de constrangimentos tem grande impacto em vários aspectos do desempenho e rendimento desportivo, sendo através da manipulação que se conduz o sistema para estados óptimos de funcionamento. Já Araújo (2006), referia que as acções e as decisões são constrangidas, mas, não determinadas, pelos processos cognitivos, porque, constranger as acções ou influenciar, não é o mesmo que as determinar, ou causar. Assim sendo, constranger as acções indica que há um espaço de acção, dentro do qual, todas as soluções são possíveis, mas não são possíveis soluções que surjam fora desse espaço de acção. Corroborando com esta afirmação Júlio e Araújo (2005), afirmam que torna-se necessário identificar e manipular os constrangimentos mais relevantes para as acções e decisões tenham maior eficácia. De acordo com os autores (Kugler, Kelso e Turvey, 1982; Newell, 1986; 1996), referidos por Araújo (2006), argumentaram de forma convivente o papel dos constrangimentos enquanto modeladores do comportamento motor, uma vez que a estabilidade dos padrões de coordenação pode ser alterado por estes. A intenção dos indivíduos orienta-os “apenas” para interagirem neste contexto visando determinados objectivos.
O modo como esses objectivos são atingidos é constrangido pela interacção local, ou seja, é um processo emergente (Araújo, 2006).
É pertinente referir, que a manipulação de constrangimentos é algo que necessariamente todo o treinador faz, ao estabelecer, regras para cada exercício ou para situações simuladas de jogo, limites de campo, número de jogadores envolvidos em cada tarefa.
É pertinente referir, que a manipulação de constrangimentos é algo que necessariamente todo o treinador faz, ao estabelecer, regras para cada exercício ou para situações simuladas de jogo, limites de campo, número de jogadores envolvidos em cada tarefa.
A interacção mútua entre as três categorias de constrangimentos gera campos de informação, que sustentam a acção e a decisão do atleta fazendo emergir padrões de coordenação (como uma finta no Rugby ou um batimento de esquerda no Badminton) em comportamentos direccionados para um objectivo.
A questão principal é se a manipulação de constrangimentos, gera campos de informação semelhantes à informação que os atletas vão encontrar em competição. No ponto anterior abordámos a Psicologia Ecológica seguindo uma linha Gibsoniana, a qual refere a especificidade dos acoplamentos percepção-acção, ora, caso os campos de informação gerados pela manipulação de constrangimentos se afastem do que o atleta vai encontrar em competição, corremos o risco de estar a propor uma tarefa de treino que está a afinar acoplamentos de percepção-acção para tarefas que não aquelas que o atleta vai encontrar no jogo. Por exemplo, para uma situação de jogo caso se solicite ao nosso jogador que tenha uma atitude no jogo mais ofensiva estamos a manipular um constrangimento (i.e. acção do jogador) que gera campos de informação que não são os encontrados em competição. Para esta situação o jogador adversário irá afinar os acoplamentos de percepção-acção em função de uma informação sustentada numa atitude mais ofensiva do seu opositor.
Ou seja, o adversário estará treinado para resolver situações em que o jogador tenha uma atitude mais ofensiva no jogo.
No Badminton, a colocação do remate em geral pode ser determinante no resultado final da jogada. É nesta acção que o jogador mais arrisca em termos de potência na execução do batimento e colocação do volante em zonas limites que criam maiores dificuldades de resposta por parte do adversário. No Rugby actual a defesa assume um papel de extrema importância e neste âmbito a placagem assume um papel primordial ao ser a única situação permitida pelas leis do jogo para parar a progressão do atacante, colocando o no chão e recuperando a posse de bola. O de comum encontramos entre as duas modalidades é que ambas procuram a aprendizagem e o desenvolvimento dos gestos técnicos que podem ser decisivos para o resultado final de uma competição. De comum também encontramos que no Rugby falham-se placagens e no Badminton há remates que não entram. A consistência do sucesso na placagem e no remate será certamente uma finalidade para os treinadores de Rugby e de Badminton.
Na próxima 4ª feira, dia 12 de Novembro será publicado o texto referente ao ponto 3.6.1.1. do Capítulo II – Constrangimentos do Praticante
No Badminton, a colocação do remate em geral pode ser determinante no resultado final da jogada. É nesta acção que o jogador mais arrisca em termos de potência na execução do batimento e colocação do volante em zonas limites que criam maiores dificuldades de resposta por parte do adversário. No Rugby actual a defesa assume um papel de extrema importância e neste âmbito a placagem assume um papel primordial ao ser a única situação permitida pelas leis do jogo para parar a progressão do atacante, colocando o no chão e recuperando a posse de bola. O de comum encontramos entre as duas modalidades é que ambas procuram a aprendizagem e o desenvolvimento dos gestos técnicos que podem ser decisivos para o resultado final de uma competição. De comum também encontramos que no Rugby falham-se placagens e no Badminton há remates que não entram. A consistência do sucesso na placagem e no remate será certamente uma finalidade para os treinadores de Rugby e de Badminton.
Na próxima 4ª feira, dia 12 de Novembro será publicado o texto referente ao ponto 3.6.1.1. do Capítulo II – Constrangimentos do Praticante
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