
O professor Nuno Lima é natural de Coimbra (Sé Nova), foi atleta de badminton no Sporting Clube de Tomar e é docente de Educação Física no Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro em Coimbra, onde é o responsável pelo Núcleo de Badminton.
- O Badminton Escolar em Coimbra está a crescer em quantidade e também em qualidade. A que se deve essa situação?
O crescimento da modalidade no Distrito e na cidade de Coimbra, deve-se em primeiro lugar ao extraordinário trabalho de planeamento, estruturação e organização do Prof. Fernando Costa, da Escola D. Duarte em Coimbra, aquando da sua passagem pelo Desporto Escolar nas funções de professor de apoio à modalidade, onde desenvolveu práticas de grande qualidade. Em segundo lugar penso que os professores responsáveis pelos grupos equipas, mesmo sem terem um passado na modalidade, com o seu interesse, dedicação e empenhamento, fizeram um excelente trabalho nos seus grupos equipas e foram a pouco e pouco criando clubes sólidos e consolidados.
- O seu interesse e dinamismo têm sido visíveis, levando-o a criar o Núcleo de Badminton. Será pela espectacularidade ou pela confraternização?
O meu interesse pela modalidade vem já muito de trás e surge também por razões familiares, quando um dos meus irmãos ao serviço do Sporting Clube de Tomar, foi campeão nacional de pares e convocado para estágios da Federação Portuguesa de Badminton. A partir daí, também eu me deixei cativar por esta modalidade. A criação do Núcleo de Badminton, vem na sequência de ter encontrado um bom grupo de professores nos diversos núcleos do Desporto Escolar na cidade de Coimbra e desde logo se ter estabelecido uma relação de empatia e de profissionalismo nesse grupo.
- Que parcerias poderiam ser efectuadas entre as Coordenações Educativas / DE e a FPB para que a modalidade aumentasse substancialmente o número de praticantes?
Em primeiro lugar, penso que era fundamental restabelecer a figura do professor de apoio à modalidade nas Coordenações Educativas/DE, porque desde que seja uma pessoa credível e um bom profissional tem uma tarefa extremamente importante de dinamização e organização dos núcleos e das competições. Em relação ao que a FPB poderia fazer, penso que era fundamental dar formação aos professores de Educação Física, uma vez que grande parte deles não sabe dar esta modalidade na Escola, uns porque não tiveram na sua formação inicial a modalidade, outros por ignorância e outros por pura incompetência.
- O Badminton Escolar, apesar de existirem no país, muitos Núcleos necessita ou não de outra organização?
A minha opinião é que sim, é necessário outra organização. E é necessária porquê, porque existem núcleos que não partem de um verdadeiro projecto de Educação Física da Escola, que muitas vezes não existem e que apenas servem interesses pontuais, tendo nuns anos núcleos de badminton e noutros anos de outras modalidades ao sabor desses interesses pessoais.
- Qual a dimensão da modalidade na Associação Desportiva Escolar de Badminton de Coimbra?
O badminton na Escola Eugénio de Castro, tem neste momento cerca de vinte alunos a participar nos treinos de forma sistemática e cerca de doze alunos a participar no torneio interno que é desenvolvido ao longo do ano.
- Os Torneios Divulgação, que a FPB pôs a funcionar estão a captar simpatias dos professores responsáveis por Núcleos de Badminton. A que se deve esse facto?
No caso da nossa Associação de Desporto Escolar de Badminton de Coimbra, é pelo facto dos nossos alunos terem mais oportunidades de competição e efectuarem essa competição com alunos/atletas com mais qualidade que aquela que encontram no quadro competitivo de Coimbra.
- Sendo o Badminton uma modalidade sem visibilidade e protagonismo em Portugal, como se explica a fácil introdução junto da comunidade escolar?
Para mim, esta modalidade tem muito maiores possibilidades de ser implementada com sucesso na Escola que qualquer outra modalidade de raquetas, pelo facto de num reduzido espaço físico se conseguirem desenvolver as actividades com os grupos/turma de uma forma perfeitamente exequível. Por outro lado, também na fase introdutória da modalidade parece-me que é mais simples e mais atractiva para os alunos a “nossa” modalidade uma vez que a relação eu-raqueta-volante é efectuada rapidamente na maior parte dos casos. Por fim, o material de prática para a grande maioria das Escolas é de fácil aquisição e manutenção.
- O intercâmbio de jogadores federados com os escolares e de professores com treinadores de clubes, será um meio importante para o desenvolvimento da modalidade. Qual a sua opinião?
Penso que é importante, porque a formação tem de ser permanente e no caso os professores e os treinadores podem trocar informações e aprender uns com os outros. No caso dos atletas, penso que esse intercâmbio também é positivo embora em competição se tenham de salvaguardar algumas situações específicas para não desvirtuar as diferentes competições.
- As Coordenações Educativas deviam ou não premiar os Núcleos que funcionam e punir aqueles que dão uma má imagem do Desporto Escolar?
Acho que isso era fundamental, para de uma vez por todas acabar com núcleos que só servem interesses pessoais e não os interesses da Escola, dos alunos e das modalidades.
- Poderá haver diálogo para que a competição escolar seja verdadeira e justa e ultrapassar situações de enorme desequilíbrio competitivo, como se tem vindo a verificar, nomeadamente nos Campeonatos Regionais e Nacionais?
Acho difícil isso acontecer, porque a ética desportiva de “alguns” e estou-me a referir aos professores/treinadores, nem sempre ser a mais salutar no que à competição se refere.
- Para conseguirmos desenvolver uma eficaz formação e cultura desportiva e criarmos condições para um desporto organizado, que sirva a grande maioria da população juvenil, o que teremos que fazer?
A formação e cultura desportiva em Portugal, parece-me tendencialmente a melhorar, embora haja ainda um longo caminho a percorrer, no sentido da população em geral reconhecer a importância decisiva da actividade física e do desporto na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Por outro lado, acho que ainda pode ser nas Escolas que se podem criar as condições para termos a grande maioria da população juvenil a praticar desporto, embora este “paradigma” de Desporto Escolar actual ter de mudar bastante, sob pena de se perder mais uma oportunidade geracional.
- Atendendo à política social e económica do país, onde a educação está longe de atingir níveis de alta qualidade vê alguma possibilidade do desporto, nomeadamente o competitivo ajudar os jovens, a cumprir determinadas regras comportamentais?
Penso que sim, porque o desporto como sabemos é também cumprir regras e em alta competição elas já devem estar apreendidas desde trás.
- Com tantas dificuldades em conseguirem-se condições de trabalho, para conduzir o grande número de jovens que vão aderindo à modalidade, como observa o futuro do badminton no país?
Acho que temos tido bons exemplos de atletas e treinadores nacionais a atingirem lugares de destaque a nível internacional e penso que é tendo os “olhos” nesses exemplos que podemos projectar a modalidade para os atletas mais novos em termos de ambição, dedicação e empenho.
- O Badminton Escolar em Coimbra está a crescer em quantidade e também em qualidade. A que se deve essa situação?
O crescimento da modalidade no Distrito e na cidade de Coimbra, deve-se em primeiro lugar ao extraordinário trabalho de planeamento, estruturação e organização do Prof. Fernando Costa, da Escola D. Duarte em Coimbra, aquando da sua passagem pelo Desporto Escolar nas funções de professor de apoio à modalidade, onde desenvolveu práticas de grande qualidade. Em segundo lugar penso que os professores responsáveis pelos grupos equipas, mesmo sem terem um passado na modalidade, com o seu interesse, dedicação e empenhamento, fizeram um excelente trabalho nos seus grupos equipas e foram a pouco e pouco criando clubes sólidos e consolidados.
- O seu interesse e dinamismo têm sido visíveis, levando-o a criar o Núcleo de Badminton. Será pela espectacularidade ou pela confraternização?
O meu interesse pela modalidade vem já muito de trás e surge também por razões familiares, quando um dos meus irmãos ao serviço do Sporting Clube de Tomar, foi campeão nacional de pares e convocado para estágios da Federação Portuguesa de Badminton. A partir daí, também eu me deixei cativar por esta modalidade. A criação do Núcleo de Badminton, vem na sequência de ter encontrado um bom grupo de professores nos diversos núcleos do Desporto Escolar na cidade de Coimbra e desde logo se ter estabelecido uma relação de empatia e de profissionalismo nesse grupo.
- Que parcerias poderiam ser efectuadas entre as Coordenações Educativas / DE e a FPB para que a modalidade aumentasse substancialmente o número de praticantes?
Em primeiro lugar, penso que era fundamental restabelecer a figura do professor de apoio à modalidade nas Coordenações Educativas/DE, porque desde que seja uma pessoa credível e um bom profissional tem uma tarefa extremamente importante de dinamização e organização dos núcleos e das competições. Em relação ao que a FPB poderia fazer, penso que era fundamental dar formação aos professores de Educação Física, uma vez que grande parte deles não sabe dar esta modalidade na Escola, uns porque não tiveram na sua formação inicial a modalidade, outros por ignorância e outros por pura incompetência.
- O Badminton Escolar, apesar de existirem no país, muitos Núcleos necessita ou não de outra organização?
A minha opinião é que sim, é necessário outra organização. E é necessária porquê, porque existem núcleos que não partem de um verdadeiro projecto de Educação Física da Escola, que muitas vezes não existem e que apenas servem interesses pontuais, tendo nuns anos núcleos de badminton e noutros anos de outras modalidades ao sabor desses interesses pessoais.
- Qual a dimensão da modalidade na Associação Desportiva Escolar de Badminton de Coimbra?
O badminton na Escola Eugénio de Castro, tem neste momento cerca de vinte alunos a participar nos treinos de forma sistemática e cerca de doze alunos a participar no torneio interno que é desenvolvido ao longo do ano.
- Os Torneios Divulgação, que a FPB pôs a funcionar estão a captar simpatias dos professores responsáveis por Núcleos de Badminton. A que se deve esse facto?
No caso da nossa Associação de Desporto Escolar de Badminton de Coimbra, é pelo facto dos nossos alunos terem mais oportunidades de competição e efectuarem essa competição com alunos/atletas com mais qualidade que aquela que encontram no quadro competitivo de Coimbra.
- Sendo o Badminton uma modalidade sem visibilidade e protagonismo em Portugal, como se explica a fácil introdução junto da comunidade escolar?
Para mim, esta modalidade tem muito maiores possibilidades de ser implementada com sucesso na Escola que qualquer outra modalidade de raquetas, pelo facto de num reduzido espaço físico se conseguirem desenvolver as actividades com os grupos/turma de uma forma perfeitamente exequível. Por outro lado, também na fase introdutória da modalidade parece-me que é mais simples e mais atractiva para os alunos a “nossa” modalidade uma vez que a relação eu-raqueta-volante é efectuada rapidamente na maior parte dos casos. Por fim, o material de prática para a grande maioria das Escolas é de fácil aquisição e manutenção.
- O intercâmbio de jogadores federados com os escolares e de professores com treinadores de clubes, será um meio importante para o desenvolvimento da modalidade. Qual a sua opinião?
Penso que é importante, porque a formação tem de ser permanente e no caso os professores e os treinadores podem trocar informações e aprender uns com os outros. No caso dos atletas, penso que esse intercâmbio também é positivo embora em competição se tenham de salvaguardar algumas situações específicas para não desvirtuar as diferentes competições.
- As Coordenações Educativas deviam ou não premiar os Núcleos que funcionam e punir aqueles que dão uma má imagem do Desporto Escolar?
Acho que isso era fundamental, para de uma vez por todas acabar com núcleos que só servem interesses pessoais e não os interesses da Escola, dos alunos e das modalidades.
- Poderá haver diálogo para que a competição escolar seja verdadeira e justa e ultrapassar situações de enorme desequilíbrio competitivo, como se tem vindo a verificar, nomeadamente nos Campeonatos Regionais e Nacionais?
Acho difícil isso acontecer, porque a ética desportiva de “alguns” e estou-me a referir aos professores/treinadores, nem sempre ser a mais salutar no que à competição se refere.
- Para conseguirmos desenvolver uma eficaz formação e cultura desportiva e criarmos condições para um desporto organizado, que sirva a grande maioria da população juvenil, o que teremos que fazer?
A formação e cultura desportiva em Portugal, parece-me tendencialmente a melhorar, embora haja ainda um longo caminho a percorrer, no sentido da população em geral reconhecer a importância decisiva da actividade física e do desporto na saúde e na qualidade de vida das pessoas. Por outro lado, acho que ainda pode ser nas Escolas que se podem criar as condições para termos a grande maioria da população juvenil a praticar desporto, embora este “paradigma” de Desporto Escolar actual ter de mudar bastante, sob pena de se perder mais uma oportunidade geracional.
- Atendendo à política social e económica do país, onde a educação está longe de atingir níveis de alta qualidade vê alguma possibilidade do desporto, nomeadamente o competitivo ajudar os jovens, a cumprir determinadas regras comportamentais?
Penso que sim, porque o desporto como sabemos é também cumprir regras e em alta competição elas já devem estar apreendidas desde trás.
- Com tantas dificuldades em conseguirem-se condições de trabalho, para conduzir o grande número de jovens que vão aderindo à modalidade, como observa o futuro do badminton no país?
Acho que temos tido bons exemplos de atletas e treinadores nacionais a atingirem lugares de destaque a nível internacional e penso que é tendo os “olhos” nesses exemplos que podemos projectar a modalidade para os atletas mais novos em termos de ambição, dedicação e empenho.
Sem comentários:
Enviar um comentário