
Num período em que muitos licenciados em Educação Física, estão sem colocação e sentindo-se a enorme necessidade de se criarem condições para se movimentarem grande número de crianças, incutindo-lhes vivências desportivas e sociais, uma mais-valia para uma muito desejada prática regular de desporto.
Damos aqui o exemplo de como criar uma Escola Municipal, que poderá servir para outras modalidades. Mas antes disso haverá a necessidade de educar a generalidade dos Vereadores do Desporto, das Câmaras Municipais, para entenderem que o país “futeboleiro” deverá ser conduzido para uma cultura desportiva bem melhor, porque poderemos continuar a ter muitos milhões a ver futebol e muito poucos milhares a praticar desporto
Escolas Municipais de Badminton
Por: Professor Fernando Gouveia
Introdução
Educar pelo desporto é um importante tema para sensibilizar as crianças, para a pratica desportiva, satisfazendo a necessidade de viver atleticamente e assim terem a possibilidade de exprimir força e destreza que incitam a jogar, a lutar, a progredir e desenvolver o espírito ganhador. No final do século IXX, o desporto moderno foi criado pelos Anglo-Saxónicos com o objectivo de possibilitar á classe dirigente de um país desenvolver as virtudes físicas e morais, necessárias à manutenção da sua classe como dominante.
A “Escola Municipal de Badminton”, quando criada terá como grande finalidade a sensibilização para a prática do desporto e nunca com o objectivo de “fazer campeões”. Os “campeões” já nascem campeões... Nesta etapa de desenvolvimento desportivo da criança, a educação atlética e desportiva serão fundamentais para quem prosseguir, mas os pais deverão ter uma atitude muito positiva, não só criando condições para que a criança seja pontual e assídua, como também na sua organização, nomeadamente com as actividades escolares, lúdicas e sociais. Pais com cultura desportiva são a garantia de uma criança vocacionada para o desporto.
Pretende-se que a criança exprima a sua estabilidade, alegria de viver e paixão pelo desporto. Deveremos incutir uma forte dinâmica de grupo, compreendendo progressivamente o que é a vivência saudável em grupo, cujos camaradas serão por eles escolhidos. A “Escola Municipal de Badminton” destina-se a crianças dos 6 aos 11 anos, distribuídas por dois escalões etários, 6/8 anos e 9/11 anos, organizada e apoiada por uma excelente estrutura de acolhimento. Pretende-se desenvolver sob os seus diferentes aspectos, o equilíbrio e o dinamismo
A Criança e o Jogo
A criança tem no jogo um importante meio recreativo e desportivo que deverá ser encarado como um complemento do crescimento físico, mental emocional e social, permitindo-lhe agir contra o medo e onde o prazer de participar, não só por entretimento, mas também lhe permitir conquistas e esforço.
Numa presente sociedade egoísta, individualista e materialista deveremos tentar oferecer um máximo de condições para o desenvolvimento da sua personalidade, pelo que a competição pedagogicamente organizada deverá ser conseguida com qualidade.
A atitude da criança para com o jogo representa uma verdadeira actividade “física natural”, onde com o seu entusiasmo aplica grande parte da sua energia, fundamentalmente, a criança gosta de brincar e de jogar. O jogo é o seu mundo, absorvendo-a totalmente
A criança deve ser levada a alcançar o domínio das habilidades motoras através das próprias aptidões, estimulando assim, a sua capacidade criadora. No jogo a criança irá encontrar e vencerá algumas dificuldades, descobrirá o prazer do esforço e aprenderá a lutar para progredir. As actividades em grupo desenvolvem a sociabilização, daí a necessidade da introdução de formas de actividades que estimulem a apreciação do comportamento social, domínio de si mesmo, auto-controle e respeito ao próximo
Será nesta etapa etária que irá demonstrar grande faculdade de imitação, a aprendizagem gestual será bem evidente pelo que será muito importante que pontualmente assista a boas demonstrações, quer ao vivo ou por exibições de filmes técnicos de qualidade. Nestas idades deveremos durante a unidade de treino, proporcionar uma actividade variada, pelo que a sua organização deverá ser cuidadosa e apoiada dentro do possível por um conjunto de equipamentos didácticos.
A Importância dos Jogos na Progressão Pedagógica
Os jogos para além de contribuírem para a animação de uma sessão são também excelentes instrumentos para o desenvolvimento individual e social dos elementos de um grupo. Nestes jogos poderemos observar o comportamento individual, o relacionamento com os outros e o empenhamento. Jogar é sair da rotina.
O jogo não é um fim, mas um meio de alcançar o fim. A criança para crescer tem necessidade de ar, de luz, de movimento, precisa ainda mais de alegria e de segurança para a evolução normal. As faculdades de assimilação e adaptação são progressivas com o crescimento.
Os momentos de lazer vão dar à criança possibilidades de desenvolver qualidades paralelamente aos estudos, pelo que irão ser de grande qualidade no futuro. O jogo é uma actividade em que se participa voluntariamente, tem “leis” iguais para todos, obedece à dinâmica da vontade das crianças, é talhado à medida das suas capacidades
Organização de Competições
Serão indicadas soluções práticas para os difíceis problemas de organização de competições adaptadas aos escalões etários a desenvolver. O jogo e a confrontação deverão ser complementados com atitudes de elevado “fair play”, conduzindo as crianças a um espírito de comunidade, alegria e de qualidades formativas e sociais
Objectivos
- Sensibilizar crianças e seus familiares, para a necessidade da prática regular de desporto
- Criar condições sociais e desportivas entre professores, praticantes e familiares
Destinatários
- 24 crianças, dos 6 aos 8 anos
- 16 crianças dos 9 aos 11 anos
- 16 crianças dos 9 aos 11 anos
Enquadramento Técnico
– Dois professores jovens de reconhecida capacidade técnica e pedagógica
Local
- Pavilhão Desportivo Municipal ou de uma da Escola, com capacidade de marcação de um mínimo de seis campos
Horário
- Duas vezes por semana, durante 90’ de Setembro a Junho
Apetrechamento
- 24 raquetes
- 24 tubos de 6 volantes de nylon
- 6 redes
- 12 postes
- 12 cordas
- 12 bastões
- 12 cones
- 12 aros
Protocolo
– A desenvolver entre as Câmaras Municipais e Clubes, Associações Regionais, Federação Portuguesa de Badminton e Equipas de Apoio às Escolas / Desporto Escolar
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