O envelhecimento da população portuguesa
está a provocar grave preocupação, porque as famílias continuam a optar por
terem cada vez menos filhos.
Segundo um estudo da investigadora
Norberta Amorim, do Núcleo de Estudos da População e Demografia, ao contrário
do que aconteceu nos últimos sete anos, o número de nados-vivos aumentou 2,1%,
mas a proporção de famílias, com filhos continuou a diminuir. A agravar a
situação, Portugal deixou de ser atractivo para os imigrantes e se não houver
uma inversão das mentalidades, o país, além de ainda mais envelhecido, vai
começar a ter cada vez menos população.
O país só poderá crescer quando houver uma
renovação das gerações, o que não está a acontecer desde que se instituiu a
fecundidade controlada, primeiro com a pílula e agora com o aborto facilitado.
A investigadora realizou um trabalho na área da cidade de Guimarães e constatou
que até aos anos 60 / 70 aquela era a região mais jovem da Europa, inserida
numa sociedade conservadora, com disciplina religiosa e com vergonha de comprar
contraceptivos. Curiosamente, acrescenta, a mudança de mentalidade foi
rapidíssima. E se não houver uma reversão, vai conduzir o país ao
"suicídio".
O Badminton em Portugal entrou na mesma
situação e está cada vez mais a ser suportado por dedicados e empenhados
dirigentes / treinadores envelhecidos, mas também desmotivados. Estamos perante
uma sociedade altamente materialista, com muitos “complicados e complicadores”,
difícil de progredir, onde a gratidão e o reconhecimento são facilmente
esquecidos.
Com as crianças e jovem a trocarem a
prática regular do desporto, pela demasiada utilização do computador, com os
pais e outros familiares a não entenderem, a possível “catástrofe” que dentro
de poucos anos, nos invadirá, com o aparecimento de doenças inevitáveis devido
à inactividade física. Será necessário incutir o espírito de sacrifício, para
uma simples deslocação, das suas residências para os locais de prática
desportiva e também sensibilizá-los para uma cultura de assiduidade e
pontualidade.
As perspectivas futuras da modalidade
estão a diminuir como poderemos verificar, pelo reduzido número de jogadores
filiados, que participaram, nas Jornadas do Circuito Nacional, até Fevereiro de
2017, apenas 960 atletas, distribuídos pelos escalões não seniores, seniores e
veteranos.
Teremos que ser mais inteligentes para
conciliar a união das pessoas com os interesses desportivos e assim, podermos
ter a capacidade para procurar conduzir uma mais jovem “fornada” de dirigentes,
que com objectivos credíveis e honestos possam constituir novos movimentos
clubísticos, associativos e federativos.
Numa fase em que as perspectivas
competitivas estão longe do ideal, em que a precária situação económica retira
aos clubes, capacidade financeira para suportarem elevados custos com deslocações,
alimentação, aluguer de instalações, entre outros, a regionalização do
badminton é precisa mais do que nunca, o que seria uma maneira de conduzir a
modalidade, para outros e novos horizontes, visto que, com reduzido número de
jogadores filiados não se justifica a existência de estruturas com apoios
fictícios, como poderemos observar facilmente em relação às oito Associações
Regionais constituídas legalmente, mas muito poucas em acção e de acordo com os
objectivos para que foram criadas, estão a tentar mascarar, uma realidade
extremamente visível.
As realidades demonstram, que sem verbas e
muito poucos elementos disponíveis para movimentar as Associações Regionais e
encontrar meios para se conseguirem novos clubes e um aumento substancial de
praticantes, não tenhamos qualquer ilusão de que teremos que fazer outras
apostas.
Ou diminuindo essas entidades ou então
criando Comissões Delegadas Zonais (Portugal Continental), coordenadas pela
FPB, possivelmente mais económicas e competitivas, como por exemplo:
- Comissão Delegada do Norte (Distritos de
Aveiro, Braga e Porto) – 12 clubes
- Comissão Delegada do Centro (Distritos de
Coimbra, Leiria e Lisboa) – 18 clubes
- Comissão Delegada do Sul (Distritos de
Setúbal e Faro) – 7 clubes.
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