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24 janeiro, 2008

A IMPORTÂNCIA dos “BASICS”


Venho então desta vez falar-vos dos “basics” (em português o básico) no Badminton, da sua importância e da forma como se pode apurar. Chamo “básico” a todos os batimentos básicos na modalidade de Badminton, aqueles que um atleta começa por aprender quando inicia a sua actividade na modalidade.
Porque são importantes? A execução destes batimentos determina a capacidade de um atleta saber jogar simples, da forma mais básica possível. Um jogador que saiba executar todos os batimentos básicos de forma precisa, tem uma boa base para apurar a sua técnica, tornando cada vez mais interessante e evoluído o seu jogo. Por outro lado trata-se de um jogador muito equilibrado e temido, pois executa qualquer batimento em qualquer situação de jogo. Este género de situações está muitas vezes ligado aquilo que muitos treinadores chamam (como eu chamo também) de consistência. Mas não só… executar todas as soluções em qualquer ponto do “court”, pode ser avaliada como boa técnica.
Muitas vezes nós treinadores preocupamo-nos imenso em ensinar batimentos mais complexos, como por exemplo é o “amorty” cortado ou a rede cortada, e muitas vezes esses mesmos atletas não conseguem executar o “amorty” simples ou a rede básica (encosto simples) inúmeras vezes sem falhar, de forma precisa. Em vez disso, é importante incentivarmos e ajudarmos o atleta para que faça os batimentos de forma segura e consistente, executando-o tecnicamente bem (aspectos técnicos como a movimentação, enquadramento, execução e retorno à base), e então depois passar a executar batimentos mais complexos e evoluídos.
Avaliar um atleta tecnicamente é um desafio interessante para um treinador: requer muito trabalho de observação e experimentação. Muitas vezes é importante até recorrer ao audiovisual como é o vídeo, de forma a avaliar todos os aspectos técnicos atrás descritos. Em “slow motion”, um vídeo pode dar-nos muita percepção de todos estes aspectos, e permite ainda ter um arquivo datado para futuras comparações e análise evolutiva do atleta. O atleta deve sempre ser “testado” nas diferentes situações de jogo (ataque, defesa, vindo de trás para a frente do court, vindo de um afundo lateral, em contrapé, etc.) de forma a realizar-se um plano de treinos individualizado específico para essas situações.
Treinar para que um atleta seja consistente, preciso e com todas as soluções básicas, implica muito trabalho e pode levar muito tempo para que se obtenham os resultados desejados, mas na minha opinião é um trabalho inevitável quando se quer formar jogadores com progressão e ascensão na modalidade. Defendo que esse trabalho seja feito quando se percebe que temos em mão, atletas que prematuramente conseguem executar muitos batimentos em sessões de treino iniciais (6 meses, 1 ano…). O treino deve ser muito objectivo e por etapas, cumprindo-as sempre até ao fim, ao ponto da evolução ser efectuada de forma consistente e consolidada.
Em alta competição, mais propriamente em competições internacionais, pode observar-se que muitos atletas de top têm os “basics” muito apurados, sinal do trabalho do treino e das bases que trazem dos escalões de não-séniores. Trata-se de jogadores que aplicam estes batimentos em 40-60% (*) dos seus batimentos num jogo, executando-os uitas vezes quando estão sobre pressão com a máxima consistência possível, pois o Badminton está cada vez mais rápido e preciso. Noutras situações entram os batimentos mais complexos e evoluídos, que muitas vezes se reflectem em “winners” dos atletas nos seus próprios jogos.
Conclusão: saber fazer o básico é muito importante. Sem o básico não se consegue efectuar todos os batimentos mais complexos. Quando mais cedo se aprender melhor!
Bons treinos.
Daniel Moura
(*) Em 2006, foi realizado um estudo por um estudante malaio de Psicologia do Desporto, com o objectivo de “medir” a solicitação de batimentos básicos pelos jogadores de Badminton top 25 do mundo, em 3 torneios Super Séries, durante esse mesmo ano.

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