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19 junho, 2008



O professor Miguel Lapa, de 35 anos de idade, natural do Porto, licenciado em Educação Física foi atleta federado de Judo, treinador e preparador físico de Andebol e Voleibol é o responsável pelo Núcleo de Badminton da Escola Secundária de Paços de Ferreira, desde o ano lectivo de 2005/2006
- Como aconteceu a introdução, num local, onde não existia sensibilização e conhecimentos da modalidade?
Apesar de não existirem campos marcados de Badminton, no pavilhão desportivo, utilizado pela escola nas aulas de Educação Física, nem material, nomeadamente postes e os respectivos suportes, para segurar as duas únicas redes que a escola dispunha, os volantes existentes serem de cabeça de borracha e muito poucas raquetes, após a primeira reunião do grupo de Educação Física, procuramos que fossem pintados campos de Badminton, no Pavilhão Municipal, situação inicialmente complicada, porque havia um clube que ocupa aquele espaço, dizia que não queria muitas linhas pois fazia um pouco de confusão às atletas …mas com persistência e muita vontade, conseguiu-se não só pintar os campos, não da forma que pretendiamos, mas também dois conjuntos de redes e seus suportes.
- A dinamização e sensibilização do Badminton junto de professores de Educação Física do Alto Tâmega tem vindo a aumentar pelo que haverá necessidade de se efectuar uma devida formação. Para quando uma organização de uma Acção de Formação?
Graças ao meu amigo, Professor Fernando Gouveia, e desde já lhe deixo mais uma vez o meu profundo agradecimento, foi através deste, que iremos realizar uma acção de formação, no dia 4 de Setembro. Através de conversas com outros colegas que têm grupos/equipas de Badminton, no nosso C.L.D.E. do Tâmega, a grande maioria é de opinião que necessita de mais formação e esta não nos é dada nem pelos Centros Locais de Formação, nem pelo Desporto Escolar. Por isso sentimos um vazio muito grande e alguns de nós estamos ávidos de saber mais. Várias vezes procurei formação na página da web da FPB e a que existia, ou não se realizava por falta de pessoas inscritas ou eram em datas impossíveis de atender.

Esperemos, que apesar da data, tenhamos bastantes pessoas inscritas de forma a aumentar o número de grupos/equipa de Badminton, no nosso C.L.D.E., bem como, elevar o nível técnico dos nossos jogadores. Deixo aqui o repto, para quando uma acção de formação intensiva e creditada, dada numa das Faculdades de Ed. Física e Desporto?
- Concorda com as parcerias que deveriam ser efectuadas entre as Coordenações Educativas / DE e a FPB para que a modalidade aumentasse substancialmente o número de praticantes?
Estou inteiramente de acordo, aliás é dever das Coordenações Educativas, promoverem essa paeceria, mas devido a muitos factores, desde a falta de pessoas, como se verifica em várias CE, um professor é responsável por três ou mais modalidades e dispõe de poucas horas no seu horário para as dinamizar, fazer quadros competitivos, rankings, etc, falta de iniciativa, dinamismo, empenho, interesse e visão estratégica. Estou certo que muitas mais escolas iriam aderir, pois é uma modalidade de rápida aprendizagem. Em alguns casos deveria ser a FPB a ter que ir aos locais e dar formação porque a inércia de alguns C.L.D.E’s, é gritante, pois se estiver à espera que a contactem, somos nós os grandes prejudicados.
O Desporto Escolar podia organizar formações mais intensivas a exemplo do já fez em outras modalidades. Durante três dias juntava vários professores, alguns dos seus alunos mais novos e, dava-lhes formação mais especializada, com a devida colaboração da FPB.
Outro aspecto seria uma aposta maior por parte da FPB, em dinamizar esta modalidade olímpica, a exemplo do que fizeram a Federação de Atletismo, com o MEGA Salto, Sprint; a Federação de Andebol, com o Andebol de 5 e a Fededração de Basquetebol, com o COMPAL AIR. Criando competições nacionais, distribuindo kits de material básico de aprendizagem, envolvendo as escolas desde o 1º ciclo até ao secundário. Porque não seguir o exemplo destas federações ou da Real Fed. Espanhola, criar um kit com material de iniciação, distribuir pelas escolas interessadas, criar competições ou utilizar os Torneios de Divulgação para que os alunos possam competir e evoluir.
A Federação também podia apoiar mais nas escolas que têm grupos/equipas de Badminton, porque são estas que por vezes lançam os alunos para os clubes, mostram aos alunos o que é o Badminton, já que a nossa comunicação social muito raramente o faz. Apoiar através de material,que é de grande desgaste, como são os volantes e raquetes, oferta de formação aos professores, oferta de material de apoio – literatura, DVD’s, etc, apenas um reconhecimento, não falo por mim, mas por muitos dos meus colegas que estão com o Desporto Escolar há vários anos, que já lançaram vários alunos no circuito federado e nunca tiveram o apoio de ninguém.
- O caminho iniciado pelos Torneios de Divulgação da FPB deverá ser reforçado pois tem sido importante para o desenvolvimento da modalidade. Qual a opinião sobre esta situação?
Desde que me iniciei com o Badminton, no Desporto Escolar, pretendi levar os meus alunos a um torneio da Federação, mas isso era impossível, lembro-me de ligar para a federação e perguntar se também não havia torneios particulares a exemplo do que há no Andebol, Voleibol, Basquetebol, Futebol, Futsal, Orientação, em que os Clubes organizam torneios de forma a divulgar a modalidade e acabam por arrecadar algum dinheiro para financiar os seus projectos. Para mim o modelo mais engraçado é o da Federação Portuguesa de Orientação, em que nas provas oficiais, qualquer pessoa ou família, dos 8 aos 90, pode se inscrever no próprio dia e participar numa prova, coisa que não acontecia com o Badminton. Ainda bem que apareceram os Torneios de Divulgação, os meus alunos e eu adoráramos a iniciativa, esperemos que continue por mais anos.
- As Coordenações Educativas deviam ou não premiar os Núcleos que funcionam bem e punir aqueles que dão uma má imagem do Desporto Escolar?
Sim, deviam, mas há falta de coragem para punir, sei que os coordenadores das modalidades, de cada C.L.D.E., têm que fazer relatórios no final de cada ano lectivo e que devem indicar os professores que se destacaram pela positiva e negativa, mas no ano seguinte as coisas continuam na mesma. Algumas CE já fazem as chamadas "Galas do Desporto Escolar", outras estão demasiado ocupadas a olhar para os seus umbigos…
- O intercâmbio dos núcleos escolares com os clubes que tem vindo a ser conseguido por intermédio da participação nos Torneios Divulgação irá contribuir para melhorar a verdade competitiva?
Eu acho que sim. Os alunos apercebem-se da realidade do Badminton federado, e do quanto têm que trabalhar para poderem atingir o nível dos atletas federados. Alguns dos nossos alunos são os melhores da nossa escola e do nosso quadro competitivo, e têm jogadas que resultam bastante bem para o nosso nível de jogo, mas quando jogam com atletas mais experientes é que se apercebem das suas reais capacidades e nível técnico.
- A criação de uma ADEB-Associação Desportiva Escolar de Badminton, constituída por três ou mais escolas poderia no futuro conseguir algumas condições, para melhorar a modalidade nessa região, nomeadamente com a realização de quadros competitivos mais motivantes e estágios de aperfeiçoamento em intercâmbio com o sistema federado?
Acho que é a única saída que o Desporto Escolar nos coloca, quando não há apoios, onde impera por vezes a desorganização, teremos que ser nós a dar esse passo e organizarmo-nos deixando de culpar o “sistema”. Um problema será a estabilidade do corpo docente, nas respectivas escolas, bem como, a sintonia de ideias dos diferentes Conselhos Educativos e de darem condições propícias a se realizar um bom trabalho.
- Quais os seus objectivos, para o próximo ano lectivo de organização e participações competitivas?
No próximo ano lectivo, será, em princípio, o meu último ano como docente da Escola Secundária de Paços de Ferreira, pois haverá um novo concurso de docentes, e não sei se vou poder ficar nesta escola, por isso a realização da acção de formação tem como objectivo cativar os meus colegas de grupo para o Badminton. Mas, pretendemos organizar, um torneio de abertura com algumas escolas do nosso C.L.D.E., um torneio de captação para os alunos do 7º ano, um torneio de Iniciados e Juvenis (individual, pares e equipas mistas), no final do 1º, 2º e 3º período, participação em vários Torneios de Divulgação (aqueles que o dinheiro nos deixar), participação no Torneio da Universidade do Minho, destinado ás escolas secundárias e participar nas fases finais dos regionais de iniciados e juvenis e tentar este ano colocar pelo menos um aluno no nacional escolar
- Participou com os seus alunos nos Torneios Divulgação de Aveiro e do Norte, pelo que poderá fazer uma avaliação sobre o modelo aplicado, numa actividade que a FPB pretende continuar. Algum pormenor a alterar ou a melhorar?
A alterar, o regulamento de prova, pois acho que nós deveremos ter sido dos poucos que participamos em dois torneios do mesmo "Momento" (dia 25 e 26 de Abril, Aveiro e A-Ver-O-Mar), coisa que o regulamento de prova da Federação não previa que um clube/escola, fosse participar em dois torneios do mesmo "Momento", ficando os alunos prejudicados e a própria FPB não nos ter dado uma resposta concreta de como é que iria resolver o assunto dos pontos para a elaboração do ranking final.
A melhorar, seria a indicação, por parte dos clubes/escolas, do ranking dos seus alunos para uma melhor elaboração dos quadros competitivos, nas fichas de inscrição da FPB. A distribuição de outro tipo de prémios para além das t-shirts, que os alunos para o próximo ano já não vão achar muita piada, talvez raquetes, fatos de treino, troféus e até a presença de um atleta de renome na cerimónia de entrega dos prémios, de forma a criar uma referência junto dos alunos/atletas.
- No torneio em Aveiro com o seu Núcleo de Badminton a participar com 34 jovens foi visível o interesse, pela modalidade, que não tem protagonismo em Portugal. Como explica essa tão positiva sensibilização junto da comunidade escolar?
Primeiro porque sou muito amigo de todos os meus atletas/alunos e tento envolve-los no lema que é a “Família do Badminton”, em que todos, no presente ano, têm uma madrinha/padrinho e que somos uma família unida, depois o facto de motivar os alunos para juntarem o dinheiro para podermos competir com alunos de outros sítios, que estes nem conhecem.
- O Badminton está a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física nas nossas escolas pois tem uma dinâmica própria que torna a sua introdução muito motivante para os alunos. Também na sua escola acontece esta situação?
Não, porque ainda estamos à espera de material novo, pois o que existe está completamente estragado. Há dois anos que pedimos raquetes de iniciação para as aulas e estas nunca mais chegam, porque a escola tem outras prioridades…

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com as respostas que o meu professor Miguel Lapa deu a esta entrevista, de salientar a entrega total deste professor ao badminton não só em paços de ferreira como também ao nível do CAE TÂmega. È um excelente professor e treinador, pronto a ajudar nos bons e maus momentos, devo a ele tudo o que sei hoje sobre badminton. Começei a praticar badminton este ano lectivo que termina agora, e ele foi incancável no que toca a levarnos aos torneios existentes.
Eu já passei por um momento menos bom no badminton que foi o não apuramento para o regional individual em mirandela de iniciados, cheguei mesmo a pensar em desistir, mas com o professor Miguel Lapa aprendi que a palavra desistir não existe no nosso dicionário. Aprendi também a controlar-me mais a nível psicológico. Sei que para o ano o terei de novo como professor e treinador de badminton, daqui a 2 anos não sei, por isso tenho que trabalhar o máximo com ele para evoluir cada vez mais.
Espero um dia conseguir um grande feito para premiar todo o trabalho realizado por este mais que professor, amigo.

Deixo também uma crítica ao facto de ainda não existir material de badminton propício á prática de badminton na minha escola. Era muito gratificante podermos jogar badminton nas aulas de Educação Física.

A nossa "família do badminton" da nossa escola conta já com alguns bons jogadores que chegaram a este estatuto treinando uma, duas vezs por semana. Podemos treinar poucas vezes devido ao nosso horário e ao do professor, mas quando treinamos dá-mos o "litro" e acho que o facto de formar-mos jogadores de bom nível técnico, faz-nos continuar a apostar nesta grande modalidade. De referir também que o facto de estar-mos presentes em grandes competições, competindo mesmo contra federados, nos torna capazes de ver os nossos limites.

Para terminar quero dizer que espero ansiosamente por uma resposta por parte da câmara municipal de paços de ferreira á proposta de abertura de uma área de badminton, na "juventude paçense", clube local. Se essa proposta fosse aceite, seria um prémio ao trablaho realizado pelo professor Miguel Lapa que poderia ver alguns dos seus jogadores tornarem-se federados, de certeza que seria muito gratificante para ele.

Cumprimentos, Célio Carneiro

Anónimo disse...
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