
O professor Ricardo Fernandes, natural do Funchal, atleta participante nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992 e como treinador nos Jogos Olímpicos de Pequim, treinador no Clubs Sports Madeira, até Julho de 2008 é desde Setembro, treinador no BK Aalborg, na Dinamarca
- A diferença do badminton português e dinamarquês é naturalmente enorme.
Onde se acentuam as grandes diferenças?
A verdade é que aqui na Dinamarca a realidade é outra em relação a Portugal, não fosse este o mais forte país europeu no Badminton... Estou a fazer o curso de Nível 3 (elite) e ao mesmo tempo a trabalhar no BK Aalborg onde tenho à minha responsabilidade cerca de 50 atletas, dos escalões de sub-17, 19 e seniores. O Badminton aqui é uma modalidade extremamente praticada e conhecida pela sociedade. De vez enquanto dá Badminton em directo na TV, especialmente referente à competição de equipas que é muito forte.
- Que dimensão têm na Dinamarca, as competições de equipas?
Aqui há digamos 5 divisões e mais de 70 club-es de Badminton em todo o país entre clubes competitivos e clubes sociais. Por exemplo, o campeonato da Dinamarca de equipas de sub-17 é disputado por 30 clubes.
- O BK Aalborg, um dos principais clubes, envolve grande número de elementos?
O clube onde trabalho tem cerca de 800 atletas e 10 treinadores e tem 6 Equipas Mistas / Seniores. O sistema é complexo, mas dão muito mais importância à competição de equipas do que individual ao contrário de Portugal. De 15 em 15 dias realizam-se jornadas de equipas nas várias divisões.
- E em termos sociais e desportivos, como funciona?
Outro aspecto surpreendente é o ambiente espectacular que se vive, onde todos estão envolvidos na modalidade com ética, desportivismo e fair-play. Aqui os valores sociais são muito importantes e respeitados. Valores, como respeito, consciência, honestidade, etc) Eles dão muita importância a esses aspectos.
- Como avalia no geral o badminton dinamarquês?
Enfim é um mundo fantástico do Badminton. Nada tem haver com o Badminton português...
- Está já adaptado e satisfeito, com a sua permanência em Aalhorg?
Por aqui na Dinamarca vai tudo muito bem. A experiência está a ser fantástica
- Qual a relação da população com o desporto?
A relação dos dinamarqueses com o desporto é impressionante. Há uma enorme identificação das pessoas com a actividade física. Observo frequentemente um grande número de pessoas de várias idades nas ruas a correr, mesmo quando o tempo não é convidativo (frio e chuva), o que é impressionante. Isto para além, de uma grande parte das pessoas que utilizam a bicicleta como meio preferencial de transporte. As pessoas deslocam-se para o trabalho de bicicleta, assim como, muitos atletas vão para o treino de bicicleta. Eu próprio utilizo a bicicleta várias vezes para me deslocar para o treino. Este povo tem uma enorme cultura pela actividade física mesmo sendo um país muito mais frio que o nosso
- O seu clube tem cerca de 800 atletas, como é o funcionamento em termos de instalações, os pavilhões têm muitos campos e são devidamente apetrechados, em equipamentos e material didáctico?
- Qual a relação da população com o desporto?
A relação dos dinamarqueses com o desporto é impressionante. Há uma enorme identificação das pessoas com a actividade física. Observo frequentemente um grande número de pessoas de várias idades nas ruas a correr, mesmo quando o tempo não é convidativo (frio e chuva), o que é impressionante. Isto para além, de uma grande parte das pessoas que utilizam a bicicleta como meio preferencial de transporte. As pessoas deslocam-se para o trabalho de bicicleta, assim como, muitos atletas vão para o treino de bicicleta. Eu próprio utilizo a bicicleta várias vezes para me deslocar para o treino. Este povo tem uma enorme cultura pela actividade física mesmo sendo um país muito mais frio que o nosso
- O seu clube tem cerca de 800 atletas, como é o funcionamento em termos de instalações, os pavilhões têm muitos campos e são devidamente apetrechados, em equipamentos e material didáctico?
Em relação às condições de trabalho, posso dizer que o clube, onde sou treinador, utiliza três pavilhões diferente para a prática da modalidade. A utilização não é exclusiva para o Badminton, mas, o número de horas de uso é elevado. Tenho no entanto conhecimento que alguns clubes têm pavilhão próprio para a modalidade. Tive a oportunidade de confirmar isso mesmo quando me desloquei a Arhus para acompanhar uns jogadores num torneio e verifiquei, que um dos melhores clubes da Dinamarca possui um pavilhão exclusivo para a modalidade com dez campos. Os pavilhões têm muito boas condições para a modalidade, parecem feitos a pensar no Badminton.
- Encontra-se na Dinamarca à dois meses, pelo que já deve ter observado, algumas situações que transmitem outras realidades. Como por exemplo?
Surpreendeu-me o facto de não utilizarem volantes sintéticos mesmo para os mais jovens, só utilizam volantes de penas. Aqui o Badminton é uma modalidade muito acarinhada, toda a gente conhece os melhores jogadores e vejo com frequência jovens e menos jovens com raquetes nas mochilas e ou nos sacos nas ruas. É de facto outra realidade....Os pavilhões nos treinos estão cheios de jogadores, por exemplo, eu tenho à minha responsabilidade mais de 50 atletas e por vezes trabalho com 30 de uma só vez. O BK Aalborg possui 6 equipas mistas seniores, isto, só para termos uma noção da força da modalidade neste país. Aqui há digamos dois tipos de atletas, os competitivos, que participam em competições com muitas ambições e os jogadores "sociais" que praticam a modalidade porque gostam ou para manterem-se em actividade. O impressionante é que alguns desses jogadores têm muito bom nível.
- E como são os apoios para sustentar a modalidade?
Os apoios vêm de muitos lados, da comunidade, da região onde pertencem esses mesmos clubes, dos sócios dos clubes que pagam quotas, dos patrocinadores e das entidades públicas, etc.
- E os pais e familiares dos atletas têm alguma participação?
- Encontra-se na Dinamarca à dois meses, pelo que já deve ter observado, algumas situações que transmitem outras realidades. Como por exemplo?
Surpreendeu-me o facto de não utilizarem volantes sintéticos mesmo para os mais jovens, só utilizam volantes de penas. Aqui o Badminton é uma modalidade muito acarinhada, toda a gente conhece os melhores jogadores e vejo com frequência jovens e menos jovens com raquetes nas mochilas e ou nos sacos nas ruas. É de facto outra realidade....Os pavilhões nos treinos estão cheios de jogadores, por exemplo, eu tenho à minha responsabilidade mais de 50 atletas e por vezes trabalho com 30 de uma só vez. O BK Aalborg possui 6 equipas mistas seniores, isto, só para termos uma noção da força da modalidade neste país. Aqui há digamos dois tipos de atletas, os competitivos, que participam em competições com muitas ambições e os jogadores "sociais" que praticam a modalidade porque gostam ou para manterem-se em actividade. O impressionante é que alguns desses jogadores têm muito bom nível.
- E como são os apoios para sustentar a modalidade?
Os apoios vêm de muitos lados, da comunidade, da região onde pertencem esses mesmos clubes, dos sócios dos clubes que pagam quotas, dos patrocinadores e das entidades públicas, etc.
- E os pais e familiares dos atletas têm alguma participação?
Outra situação fantástica é o acompanhamento e participação activa dos pais dos atletas quer nos torneios (levam os filhos para os torneios), quer nos treinos, quer nas iniciativas do clube. Este envolvimento familiar faz com que os torneios tenham muito público a assistir. Eu próprio de vez enquanto vou para os torneios com os pais de alguns atletas.
- Compare os atletas portugueses com os dinamarqueses?
- Compare os atletas portugueses com os dinamarqueses?
Na minha opinião em termos técnicos e físicos nós portugueses não somos inferiores aos dinamarqueses , a maior diferença entre o Badminton dos dois países, está no número de jogadores a praticarem a modalidade, verifica-se sobretudo a nível táctico e da mentalidade / psicológico.
- E a diferença entre os treinadores dos dois países?
- E a diferença entre os treinadores dos dois países?
Verifico aqui uma grande diferença entre os treinadores dinamarqueses e portugueses, na forma de ser, estar, métodos e pedagogia de ensino, mentalidade, valores utilizados, etc.
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